CAPITULO SETE

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024 | | | Nenhum comentário:

 —Ah querido, tem certeza que será só isso mesmo? —Tia Karen me pergunta com um lindo sorriso no rosto, é um daqueles típicos sorrisos que causa ruguinhas nos cantos dos olhos e fazem as bochechas corarem.

—É mais que o suficiente, tia, muito obrigado —Agradeço com extrema gratidão enquanto a abraço carinhosamente.

—Se precisarem de qualquer coisa, estarei aqui do outro lado, está bem? —Karen se prontificou, afastando-se somente o necessário para me entregar a cesta repleta de guloseimas.

—A senhora é muito gentil, não temos a intenção de incomodá-la. —Harry disse, me surpreendendo. Ele, que até então estava completamente calado e distante, agora estampa um sorriso maravilhoso.

— De forma alguma seria um incômodo, pelo contrário, ficaria lisonjeada em poder ajudar! — O olhar de Karen intercala, amorosamente, entre mim e Harry, sinto minha pele corando imediatamente.

Percebo como Harry ficou momentaneamente sem palavras, percebo também como ele ficou tenso de repente, pois seus dedos se fecharam com força ao redor do tecido grosso de seu casaco.

Ao olhar para trás deduzo o motivo de seu repentino nervosismo, percebo como o ambiente começa a ficar cada vez mais cheio, e as pessoas começam a falar cada vez mais alto, fazendo a panificadora ficar incrivelmente sufocante.

—Você é preciosa, tia! —Digo estalando um longo beijo em sua bochecha e logo tratei de agarrar as mãos suadas de Harry, preciso tirá-lo daqui o quanto antes, estou com medo de que ele esteja controlando uma possível crise— Não iremos demorar e, mais uma vez, muito obrigado por nos ceder o pomar.

—Por favor, não agradeçam por isso —Karen diz suavemente. — Fiquem à vontade, quando os outros meninos chegarem, eu os avisarei que já estão aqui.

Como o olhar cheio de afeto, agradeço mais uma vez. Quando meus pais decidiram voltar para Doncaster, meu maior medo era me sentir sozinho, mas graças à família Payne, isso nunca aconteceu. Fico admirado com a desenvoltura que minha amizade com Liam obteve, parecia, desde do primeiro dia que nos conhecemos, que já éramos amigos a anos. Quando me mudei para Londres eu era apenas um garoto, não fazia ideia do que me aguardava, contudo, foi excepcional ter cultivado a amizade de Liam, pois foi através de sua amizade que eu ganhei, não só um melhor amigo, mas também um irmão.

Foi tudo tão natural, quando eu descobri que o meu vizinho era um garotinho que adorava ouvir Quuen, que eu já pude sentir, naquele momento, que nos daríamos bem. A nossa amizade foi imediata, e não demorou muito para que nossas famílias também ficassem próximas.

Tia Karen já tinha sua padaria, mas agora ela estava enorme e ainda mais linda, em pouco tempo a padaria se transformou em uma panificadora e agora ela estava trabalhando para construir uma confeitaria. Quando eu e Liam éramos crianças, adorávamos brincar no pomar que há atrás da panificadora, lembro-me que a nossa maior diversão era correr por entre as árvores e escalá-las, era uma aventura e tanto para nós quando disputamos quem conseguiria chegar primeiro até o topo da árvore, geralmente, quero dizer, a maioria das vezes, Liam ganhava com facilidade.

É verdade que já caímos diversas vezes, mas estava tudo bem, a dor era mínima perto da diversão que sentíamos. Hoje, eu daria tudo para que os meus machucados não passassem de apenas alguns ralados. Quem me dera!

Eu ainda consigo sentir meu coração palpitando ao lembrar-me de que Harry aceitou meu convite para estudarmos juntos, eu sinto-o ainda mais acelerado ao me dar conta de que Harry realmente está aqui, neste momento e que estamos prestes a passar uma tarde inteira juntos. Depois daquela noite, se passaram quatro dias até ele conseguir um dia de descanso no trabalho , portanto, logo eu pensei em trazê-lo para conhecer um cantinho de Londres na qual tenho um carinho imenso.

Surpreendeu-me de uma forma que eu não consigo explicar, quando Harry concordou com a aproximação de Liam, Zayn e Niall durante nossa tarde. Meus amigos estavam curiosos para conhecê-lo de perto, e eu achei a oportunidade perfeita quando resolvi chamar Harry para estudarmos juntos esta tarde. Sem dúvidas, o pomar é um lugar mais que maravilhoso para isso, eu amo o fato de aqui ser tão silencioso e trazer-me uma paz inatingível.

***

Hoje é um daqueles dias raros em Londres, onde o sol brilha com força e a temperatura está amendoada, eu posso dizer que é um dia perfeito para se aconchegar debaixo de uma árvore com uma deliciosa sombra e ler um livro de romance. O dia se torna ainda mais caloroso quando tenho Harry em meus braços. É uma sensação única ter meus braços envolvendo-o, estou fazendo o meu melhor para tentar aliviar o peso de seu corpo para que ele não sinta muito desconforto, eu sei que seu calcanhar ainda está levemente inchado e, mesmo Harry não se queixando, eu sei que dói.

Quando atravessamos os fundos da panificadora, deparamos com uma estreita escadinha feita de pedras, elas eram envoltas por gramas e davam acesso direto ao pomar. Ao redor, toda área verde estava resplandecendo com o brilho do sol, pássaros cantavam e rosas estavam

espalhadas pelo chão, é um lugar que emana paz e Harry suspirou de satisfação quando inspira aquele ar tão puro.

—É uma vista de tirar o fôlego. —Harry diz totalmente fascinado pela paisagem que aprecia, eu não consigo disfarçar o meu sorriso de felicidade.

—Sim, tenho boas recordações da minha infância com Liam aqui, é um lugar especial para mim. —Confesso percebendo como seus dedos apertaram a palma de minha mão, mesmo que minimamente, eu sinto como se fogos de artifícios subissem pela minha garganta.

—Liam parece ser gente boa. — Harry comentou vagamente.

—Ele é como um irmão para mim. —Quando arrisco um olhar em sua direção, me surpreendo por pegá-lo já me olhando, nossos olhares congelam por um momento e só o que escutamos é os sons dos pássaros.

—Eu entendo, eu compartilho um sentimento parecido. -- Harry deixa escapar timidamente, mas não consegue conter um sorriso ao prosseguir— Eu tenho um amigo, quer dizer, ele significa bem mais que isso, ele se chama Shawn Mendes, Shawn é a única família que eu tenho.

Fico olhando-o com a boca levemente seca, estou agitado por dentro, porque a cada nova descoberta da vida de Harry é como se eu estivesse avançando um pouquinho mais na conquista de sua confiança. Subitamente, tenho a lembrança do garoto que ele estava acompanhado naquela fatídica noite na discoteca, o mesmo garoto que Niall foi embora depois e que Harry fazia questão de protegê-lo com tanto afinco das garras de Horan.

Sim, estava nítido naquela madrugada o carinho que Harry sentia por aquele menino alto de cabelos ondulados, só pelo modo como seus olhos me olham agora eu posso contemplar com deleite o amor que emana entre eles. Sorrio. É bom saber que Harry tem alguém para amar,  alguém por quem ele chama de família em meio a todo o caos que é sua história.

Estamos na época em que as árvores estão dando frutos, o pé de manga, por exemplo, está lotado, igual o pé de macieira e de abacate. As várias hortaliças fazem sua parte enfeitando o local com a ainda mais graça, deixando o pomar com um ar mais exótico. Andando por entre as árvores, Harry ficou boquiaberto quando avistou um córrego, ele é todo envolto de pedras claras e estreito feito um corredor, o fluxo da água passa tranquilamente por entre o caminho. Alguns beija-flores estavam bebericando a água quando Harry soltou-se de mim e foi até a borda do córrego para molhar os dedos.

—Louis, é... maravilhoso! —Harry me olha por cima dos ombros com um sorriso tão largo que sinto meu coração falhando algumas batidas— Podemos ficar debaixo da sombra dessa árvore? Eu quero ficar e ouvir o barulho das águas.

—Claro, aqui está perfeito —Eu caminho até ele depois de deixar minha mochila e a cesta descansando na grama. Quando o alcanço, agacho-me para ficar na sua altura, minhas mãos, por conta própria, correm até sua cintura para aproximá-lo ainda mais.

—Eu nunca imaginei que pudesse existir um lugar tão lindo assim, obrigado por me apresentá-lo. —Harry diz suavemente. Agora, nossas bocas estão a poucos centímetros de distância, é impossível manter a sanidade quando seus olhos me olham com tanta profundidade e seus lábios estão tão provocativamente próximos.

—Não tão lindo quando você, babe. —Minhas palavras não passaram de sussurros, estou totalmente enfeitiçado por esse garoto. Harry, percebendo minha entrega, deslizou um dedo delicadamente sob o contorno dos meus lábios, até que sua mão se encaixou, perfeitamente, entre meu maxilar e minha orelha. Seus dedos começaram a fazer um carinho sutil nos pelinhos finos de minha nuca. —Você está me enlouquecendo assim, por favor, não me torture.

Supliquei.

—Não quero tortura-lo, meu bem, pelo contrário, quero te beijar. —O calor subiu pelo rosto de Harry, fazendo suas bochechas ficarem velozmente avermelhadas. Seus olhos verdes desviam-se do meu somente para devorar meus lábios. De repente, fica difícil de respirar, de repente, o ar faz falta e quando eu sinto seus dedos mergulharem timidamente por entre meus cabelos, estremeço.

—Anjo... —Minha voz não passa de um sussurro de pura súplica, sinto um profundo calafrio quando Harry abriu um lindo sorriso antes de, enfim, juntar nossos lábios.

Estou sonhando, eu não tenho dúvidas de que estou sonhando, não consigo acreditar que algo tão angelical seja mesmo possível ser sentido debaixo dos céus. Mas eu sinto que é real quando Harry desliza sua mão livre para segurar minha cintura e me empurrar delicadamente para deitar-me na grama.

Quando minhas costas encontram o solo, Harry se posicionou entre minhas pernas, de modo que seu corpo ficou, deliciosamente, encaixado contra o meu. Foi inevitável reprimir um gemido quando senti sua ereção contra minha virilha, Harry já estava completamente duro e isso começou a me enlouquecer, só de imaginar que ele deveria estar todo molhado e inchado de tesão...

Precisei reunir todo o meu autocontrole para não virá-lo e tomá-lo aqui mesmo. Meu desejo foi demonstrado quando intensifiquei ainda mais meus toques e o beijo com ainda mais precisão. Nossas línguas dançam uma dança sensual, sem pressa, apenas apreciando a exploração deliciosa.

Minhas mãos percorrem com veemência pela lateral de seu corpo, enquanto as mãos de Harry deslizam de meu rosto, para meu pescoço, depois para meu abdome e, por fim, param no meu quadril.

Eu quero que ele sinta tudo que está causando em mim, então segurei sua cintura e o virei delicadamente para deitá-lo. Assim que tenho o seu corpo abaixo do meu, perco vários segundos apenas o admirando, Meus olhos percorrem cada pedacinho de seu corpo e param em seus olhos quando o sinto remexendo inquieto, provavelmente tentando conter sua notória necessidade.

—Não precisa ter vergonha, babe, olha só o que você faz comigo...—Com suavidade e olhando-o profundamente, comecei a guiar a sua mão até o meu membro. Harry arfou quando a palma de sua mão alcança meu pau tão rígido, mesmo por cima do jeans, é possível senti-lo perfeitamente duro e inchado.

—Meu Deus, Lou... —Sem controlar, Harry fechou seus dedos em torno de mim. Soltando um alto suspiro de satisfação quando sentiu meu cumprimento.— Você é uma delícia e, com certeza, minha total perdição. — Estampando um sorriso incrivelmente malicioso e cheio de tesão, ele confessa: — Eu preciso tanto lhe tocar. Sem nenhum pano, imploro!

—Tem certeza, Harry? Tem certeza que deseja prosseguir? — Repentinamente meu olhar fica sério, não quero estar precipitando as coisas, mas Cristo, como eu o desejo.

—Shh, agora é a minha vez de dizer que está tudo bem. Eu peço apenas que relaxe e que se entregue a mim, será que consegue fazer isso? —Seu olhar brilha de desejo, sinto minha respiração ficando totalmente desregulada à medida que suas mãos apalpam meu peito, fazendo-me ficar parcialmente deitado.

Concentro-me em manter o peso do meu corpo sob meus cotovelos, não posso correr o risco de perder nenhum detalhe.

—Eu faria qualquer coisa por você, babe. —Confesso. Foi quase impossível sustentar meu peso quando Harry sorriu provocante e começou a deslizar os dedos até o cós da minha calça. Ele está com as bochechas coradas, sua respiração está tão desregulada quanto a minha, percebo como ele está tremendo quando o jeans começa a escorregar por minhas coxas. Seus olhos estão devorando-me com luxúria, mas percebo que há uma certa insegurança dançando pelo seu semblante. De repente, seus dedos congelam nas laterais de minha cueca, Harry paralisa e o sinto extremamente hesitante.

—Ei, olhe para mim —Peço levando minha mão até seu queixo, quando nossos olhares se encontram eu noto que há algumas lágrimas acumuladas em sua órbita. — H, vem cá, esqueça isso, babe, não precisa...

—Louis, eu estou com medo. —Harry revela, inclinando seu rosto contra a palma de minha mão, as lágrimas dele encontram minha pele. Imediatamente, começo a sentir falta de seu corpo quando ele se afasta. — Porque tudo que eu mais desejo agora é lhe dar prazer, mas tenho medo de não conseguir. —Ele diz com um fio de voz, enquanto seus braços se fecham em torno de seu próprio torso, em uma tentativa, inocente, de se proteger.

—Babe, por todos os santos, você é maravilhoso, porque está preocupado com isso? —Levanto-me para me sentar e ficar de frente a ele.

—Eu nunca vivi nada parecido, Lou, eu nunca... —Harry se perde entre suas próprias palavras, rapidamente, eu comecei a juntar os pontinhos. Um sorriso involuntário escapou de meus lábios quando concluí o que ele quis dizer.

Ainda mais apaixonado, ergo o seu queixo para que possa me olhar novamente.

—Você é lindo, garoto, lindo. — Declaro e sem me conter, eu o puxo para um beijo recheado de amor e paixão. Harry parece relaxar instantaneamente. —Tudo o que você faz é perfeito. -O peito de Harry se enche de ar, eu o vejo confiante e o nosso beijo volta a ser urgente quando suas mãos encontram o meu quadril.

Delicadamente, sinto o corpo de Harry inclinando-se contra o meu, de tal modo que agora posso senti-lo completamente sob meu corpo. Sem perder tempo, Harry finca seus dedos na borda da minha boxer e, sem demora, deixa-me completamente livre do único pano que cobria meu membro.

—Loui... você é tão grande —Harry não esconde sua surpresa ao contemplar meu pau. Percebo sua boca ficando seca, ele passa a pontinha da língua em torno dos lábios para umedecê-las.

—Babe, apenas pense que é o seu doce favorito, o que você faz quando está saboreando um pirulito? —Meus dedos correm até o seu maxilar, faço um carinho ali enquanto o assisto sorrir maliciosamente.

—Eu o chupo, lambo e o devoro! —Seu olhar me queimou de desejo, neste momento, eu juro, que o ar ficou mais quente e foi quase impossível não grunhir quando seus dedos se fecharam em torno do meu pênis. Seus movimentos são tímidos, a princípio. A palma de sua mão envolve todo o meu cumprimento quando deixo o primeiro gemido escapar, isso parece encorajar Harry, pois seus movimentos ficam mais firmes e repetitivos.

Estou tremendo, não me recordo de ter ficado tão duro e necessitado assim antes, parece que meu corpo inteiro está em chamas e Harry é a minha única fonte de alívio. De salvação. Entrei em deleite quando seus lábios começaram uma trilha de beijos na pele abaixo do meu umbigo, estava sendo impossível sustentar meu peso sob meus cotovelos.

—Deite-se! —Harry ordenou e, caramba, eu poderia gozar facilmente só de ouvi-lo. Com um olhar safado, Harry afasta sua mão de meu pau para espalmar meu peito e se posicionar entre minhas pernas. Sua boca procura desesperadamente pela minha, quando nossas línguas se encontram, ambos gememos.

Precisando de mais contato, livro-me rapidamente de sua camiseta. Agora, meus dedos conseguem passear livremente por sua pele tão macia e quente. Nossas mãos travam uma luta constante para conseguir mais contato. Porém, é quando Harry começa a passear seus lábios pela minha orelha, passando preguiçosamente por todo o meu pescoço e torso que eu começo a implorar por mais.

Eu não ligo para o sorriso presunçoso que ele deixou escapar, eu estou completamente explodindo. Não me surpreendo de estar todo molhado e inchado quando Harry volta a me envolver, dessa vez, sem demora, ele me beija exatamente onde eu tanto desejo.

Styles deixou um gemido arrastado escapar antes de, enfim, acabar com a nossa tortura e me engolir por inteiro.

Caralho! Que sensação. Os lábios de Harry são como sedas em torno de minha pele, seus lábios são doces e ele me engole com total dedicação. Deslizei meu pênis até encontrar o fundo de sua garganta, obviamente, Harry engasgou, mas ele não desistiu e voltou a engolir-me com ainda mais desejo.

Meus dedos vão por conta própria até seus cachos, eu os seguro e, sem me conter, meus quadris começam a se movimentar involuntariamente contra sua boca. Estou surrando sua garganta enquanto Harry respira pelo nariz, totalmente descompensado. Percebendo que sua mão correu para dentro de seu short, a fim de aliviar a sua própria ereção, eu deslizei meu pau por entre seus lábios e, rapidamente, substituí suas mãos, pelas minhas.

Harry arqueou as costas à medida que meus dedos se aventuravam para dentro de sua cueca. Ele estava tão quente e molhado que bastaram apenas algumas investidas para que o garoto se derramasse por completo. Em meio ao seu êxtase e seus suspiros de satisfação, sua mão encontrou meu membro dolorido e, enquanto se desmanchava em meus braços, ele me proporcionava o orgasmo mais incrível de toda a minha vida. Não foram precisas mais que três investidas para que eu também gozasse intensamente.

—Caralho, babe, poxa... —Sem forças, deitei-me completamente suado e ofegante no gramado. —Deite-se aqui. —Pedi trazendo seu corpo para aconchegar-se junto ao meu peito.

Harry veio sem hesitar, logo suas pernas estavam emboladas com as minhas e sua cabeça repousava em meu antebraço. Eu o embrulhei com todo meu carinho, tentando ainda normalizar as batidas frenéticas de meu coração.

—Foi incrível, você é incrível. —Sussurrei contra seu ouvido antes de lhe beijar demoradamente na boca.

—Como ousa bagunçar minha vida desse jeito, Loui? —Repentinamente seu olhar ficou sério e distante. Levei meus dedos trêmulos até sua testa para afastar alguns fios de cabelo que insistiam em permanecer grudados ali, depois, pressionei meus lábios contra sua pele.

—Me perdoei por desejar-te com tanta desenvoltura. Perdoe meu pobre coração por estar tão entregue e a apaixonado por você, babe.

Os olhos de Harry arregalam-se intensamente com a minha confissão. Sinto seu corpo inteiro se enrijecendo e, em um passe de mágica, seu corpo se desvencilhou do meu e está a metros de distância.

Observo Harry limpando seus vestígios de prazer com a água do córrego, aproveito para também me limpar. Soltei um suspiro exasperado quando terminei de vestir minha cueca.

Ainda estou bastante excitado, mas minha atenção está toda voltada para o garoto de cabelos cacheados que agora veste sua camiseta e se distancia cada vez mais.

—Harry? — Levanto-me em um pulo quando o vejo passando por mim com pressa. —Espere.

—Não, Louis, não venha atrás de mim. —Seus olhos evidenciam todo o nervosismo e ansiedade que ele está sentindo. — De qualquer maneira, isso não deveria ter acontecido.

Amaldiçoou por vê-lo tão frágil e sensível, sinto todo o meu corpo entrando em alerta quando o assisto indo embora. Eu não posso deixá-lo, eu não vou deixá-lo ir.

Apresso meus passos até estar de frente para Harry. Com desespero, eu o impeço de continuar quando firmo minhas duas mãos em seus ombros. Seus olhos me encontram, eles estão profundamente avermelhados.

—Não diga nada, okay? Eu só quero sentir o seu coração. —Pedi com a voz embargada, Harry pressionou os olhos antes de relaxar seus músculos.

—Por favor, não diga que está apaixonado por mim. —Harry implora, seu rosto agora enterrado inteiramente na curva do meu pescoço. Seus braços ainda continuam rígidos, porém, sinto todo o restante de seu corpo amolecendo. Como se Harry estivesse desistindo de uma grande batalha. —Eu não mereço, Louis.

—Você merece, babe, você merece! E eu vou te provar. Nem que essa for a última coisa que eu faça de baixo da terra! Não importa o quanto demore, eu não descansarei até conseguir. —Afasto seu rosto da curva do meu pescoço somente para selar nossos lábios. Nossas lágrimas se unem, assim como nossas línguas.

Naquele beijo, tão cheio de sentimentos, faço uma promessa.

Eu não permitirei, de maneira nenhuma, que Harry se sinta menos que merecedor. Nem que eu precise atravessar o oceano atlântico nadando, mas eu assegurei que Harry jamais se sinta menos que maravilhoso.

*****

N/a :

Oie, anjinhos, como estão? Como passou a semana ?? Estou muito feliz de trazer mais um capítulo^^

Foi maravilhoso escrevê-lo, eu amo um romance dramático, então é bem minha vibe escrever algo assim, meio clichê, mas eu amo. E vocês gostaram? Estou curiosa para saber o que acharam desse momento quente entre eles ;D

Prometo que logo logo vai ter os "finalmentes" estou ansiosa para isso também rsrsrs

Muito obrigada, por todo o apoio. Vejo vocês no próximo capítulo <3


CAPITULO SEIS

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 É perspicaz a nitidez de como Harry está entregue às minhas carícias e aos meus beijos. Sinto seu corpo inteiro incendiar-se conforme vou deslizando minha língua sobre a sua e minhas mãos sobre sua pele. Todo o meu corpo está dando sinais claros de como estou satisfeito com a sua entrega, principalmente meus toques que vão ficando cada vez mais possessivos e urgentes.

Precisando de mais contato, Harry me surpreendeu ao fixar suas mãos firmemente em minha cintura, ele agarrou-me com tamanha força, que por um momento, temi que o seu próprio moletom pudesse ser rasgado. Com uma certa timidez adorável, seus lábios deslizaram dos meus apenas para seus olhos me encontrarem.

Eu nunca vou ser capaz de descrever a imensidão que é enxergá-lo por inteiro e, muito menos, ser capaz de dizer o quanto é maravilhoso vê-lo além de suas defesas e armaduras. É apaixonante senti-lo completamente, é arrebatador demais e de longe a experiência mais íntima que eu já tive.

Seus olhos continuam sondando-me e os vejo nublados por uma nuvem de desejo e hesitação, quase implorando-me, silenciosamente, para eu tomá-lo em meus braços e nunca mais soltá-lo. Eu também não posso deixar de notar que há ansiedade e muita luxúria no seu semblante.

Eu quero eternizar esse momento para sempre, eu quero lembrar-me, detalhadamente, do barulho da chuva e de como suas bochechas estão coradas e seus olhos mais claros, eu quero memorizar cada detalhe para que mais tarde, na minha solitude, eu ainda permaneça sendo aquecido por essa chama que arde com abundância minhas veias. Eu quero prolongar nossos momentos juntos para que, quando Harry afastar-me, eu ainda permaneça com o que ficar, além da minha melancolia.

—Louis, por favor— A súplica que Harry deixou escapar, chegou em meus ouvidos da forma mais quente e sedutora possível. — Não deveríamos...

—Está tudo bem, babe— Sentindo sua total rendição, não hesito em puxá-lo para que fique de pé diante de meu peito, estou sorrindo feito um louco por Harry ter vindo tão prontamente. Aproveitando que estamos tão pertinho, eu envolvo meus braços de forma protetora em sua cintura e sou surpreendido quando Harry é rápido em pressionar o seu corpo contra o meu no balcão da pia.

—Eu tenho medo, porque você é bom demais pra ser verdade. —A confissão de Harry saiu de forma natural e suave, embora ele esteja lutando bravamente para manter-se instável.

—Não precisa ter medo, anjo. —Delicadamente, afastei uma mecha de seu cabelo que insistia em esconder seus olhos. —Eu estou aqui e não pretendo ir a lugar algum.

—Ah, Louis, o que você está fazendo comigo? — Harry murmurou, soltando um grande suspiro de exaustão, como se ele estivesse acabado de retornar de uma grande batalha. Alguns minutos em silêncio se passaram antes dele se render e, docemente, afundar o rosto na curva do meu pescoço. — Eu sei que você tem milhões de perguntas...

—Shhh, não precisamos falar sobre isso agora. —Apresso em fazer um carinho sutil em sua nuca, tentando dizer, silenciosamente, que está tudo bem. —Você precisa de repouso, seu tornozelo ainda está bastante inchado.

A chuva começa a ceder um pouquinho e aos poucos tudo que conseguimos escutar é algumas gotas escorrendo pela calha. O som tranquilizador, faz os pelinhos de Harry contrair-se, ele tenta disfarçar o quanto está arrepiado, mas sua feição o entrega completamente. Eu também estou nervoso e apavorado, para ser honesto, eu nunca estive tão perto de alguém como estou agora.

—Fica comigo essa noite? —O pedido de Harry saiu de uma forma tão afável, que durante alguns minutos pego-me pensando como posso respondê-lo. Como dizer que eu não ficaria somente essa noite, mas sim todas as outras que me pedisse?

—Será um grande prazer, babe. — Meu coração se derrete com o sorriso verdadeiro que ele me dá. Agradeço mentalmente por hoje ser minha folga, eu nunca me perdoaria se precisasse desperdiçar qualquer oportunidade de dormir com Harry.

Um silêncio confortável recai sobre nós, ele só é quebrado quando escutamos um barulho irritante arranhando o assolado da porta. Instantes depois, todo o ambiente é preenchido por um latido rouco e impaciente.

—Neve! — Harry exclamou com tanta surpresa que mesmo com dor ele é ágil em desviar do meu corpo e ir apressado até a porta para abri-la.

Pouco tempo depois um enorme cachorro pula apressadamente em seu colo, tão branco como o próprio nome diz, manchado apenas por algumas pintinhas marrons, bem em volta do olhinho esquerdo. Harry cambaleou para trás com o impacto e, se não fosse por mim, ele estaria agora mesmo estirado no chão. Seu riso se espalha com graça por toda a cabana, tão alto e lindo, que morro de vontade de gravar para ouvir mais tarde, mas apenas me contento em memorizá-lo da melhor forma que consigo.

—Oh, menina! Você está toda molhada. —Enquanto tentava acalmar a Neve, que parecia eufórica demais em vê-lo, eu percebi como Harry estava trocando o peso de suas pernas desconfortavelmente, deixando nítido a sua dor. —Você precisa se aquecer, meu amor. Louis, pegue uma manta para mim, por favor.

Depois de acalmá-la, Harry colocou-se de joelho para acariciar o animalzinho, a Neve, ao receber o carinho, logo tratou de deita-se preguiçosamente, ela lambia tanta a mão de Harry, que ele mal conseguia movimentá-las. Quando a Neve deitou de costas, percebi uma leve saliência em sua barriga, notei também como suas mamas estavam inchadas, seus pelos estavam tão sedosos, mesmo molhados, dava para perceber como ela estava radiante.

—Ela está prenha. —Harry responde-me, adivinhando minha pergunta silenciosamente, ele está sorrindo quando me aproximo com a manta que ele me indicou para pegar— Ela mora nos campos, eu a tenho como minha.

—Ela é linda, babe. —Digo encantado por ver o tanto de carinho transbordando de seus olhos. — Você também está com frio, vou pegar uma blusa para você, ok?

Passo meus dedos carinhosamente pelos seus ombros nus, Harry estremeceu com o meu toque, seu pescoço curva-se somente o necessário para me lançar um sorriso caloroso e grato. Não resisto, acabei rompendo nossa curta distância e juntei nossos lábios num beijo longo e molhado.

Nossas línguas encontram-se de forma desleixada, contudo, tão apaixonante quanto da primeira vez. Não demora muito para eu engolir um gemido de Harry, tão profundo que sinto minhas bolas incharem. Eu o quero agora mesmo, meu corpo praticamente implora, mas, juntando toda a minha força, eu selo nossos lábios com longos selinhos ardentes, e logo tratei de afastei-me minimamente para pegar o agasalho.

No momento que me distancio dou de frente com um acessório que eu reconheço de imediato, eu o observo com curiosidade, é muito nítido como está cuidadosamente pendurado na parede, como se fosse um grande troféu.

Não demorou muito para eu recordar que era o boné que Harry estava usando no primeiro dia que eu havia tentado uma possível aproximação, ainda estava lá o significativo furo que a brasa deixou, realmente deve significar algo para ele, pois é nítido a forma como ele zela pelo acessório.

—Eu sinto muito, eu sei que deve ter um valor sentimental para você... —Começo a dizer, porém, parei no instante que reparei o semblante de Harry vacilando, ele mudou drasticamente para uma expressão enigmática.

—É apenas uma recordação, Louis. —É tudo que ele diz antes de voltar a sua atenção novamente a Neve, fiquei mais alguns segundos esperançoso esperando poder descobrir um pouquinho mais sobre aquele acessório, mas Harry deixou bem claro que o assunto estava encerrado quando diz: —Meu casaco está em cima do colchão.

Sua voz firme e áspera, faz-me sair de minha inércia, então começo a seguir o seu comando.

Pegando o casaco nas mãos eu sinto uma forte onda melancólica atingir-me. É verdade, eu ainda tenho tanto de Harry para descobrir, para explorar, para desvendar, que eu mal consigo conter-me. Eu sei que ele só permite que eu o veja superficialmente e, ainda sim, é tão lindo que me deixa embriagado.

Eu não consigo conter o desejo ardente que ferve no meu coração, a vontade iminente de protegê-lo e cuidá-lo já dominou tanto o meu corpo que eu já perdi totalmente o controle, já não faço questão de tentar compreender nem impedir. Eu simplesmente me rendo.

Quando me aproximo novamente, vejo-me ajoelhando-me às suas costas e, com delicadeza, cubro seus ombros com o casaco antes de envolver meus braços por sua cintura o trazendo para se aconchegar a mim. Harry está hesitante, mas logo percebo seus músculos relaxarem, talvez seja porque a Neve se embalou tão confortável na manta e seus olhos ficaram tão pesados que mal suportou mantê-los abertos por mais cinco minutos.

Levo meus dedos delicadamente até o seu tornozelo, Harry pende o pescoço para trás contendo um gemido. Com a outra mão, comecei a acariciar sua pele sensível da garganta, seus olhos aos poucos encontraram com os meus, mais claros e iluminados do que nunca, permito-me me perder loucamente na constelação que é o verde de suas orbes

—O boné era do meu avô, pai da minha mãe... —Harry começa a contar de repente, presto atenção em cada detalhe para não perder nenhum, consigo sentir como ele engoliu em seco cada palavra. Em um instante, o queixo de Harry despenca e o vejo apoiar-se em seu próprio peito, sua voz fica mais distante: — Quando vovô faleceu, meu pai me contou que mamãe começou a usá-lo quando sentia muita falta dele.

—Babe, tudo bem, não precisa...

—Por favor, deixe-me continuar. —Seus olhos voltam-se para mim só para me olharem com uma ternura e carência que faz meu coração desfalecer. — Louis, eu nunca conheci minha mãe, eu ao menos sei como é o cheiro dela, o mais perto que eu cheguei foi através deste boné.

Houve um silêncio, Harry sorriu triste quando seus olhos recaíram para a cachorrinha que dormia tranquilamente enrolada na manta.

—Eu sempre me perguntei como teria sido minha vida se ela ainda estivesse aqui... —Alheio aos pensamentos, Harry correu os dedos trêmulos para acariciar a barriga saliente de Neve, assisto suas lágrimas descerem suavemente por sua bochecha. —Porque a vida me escolheu, Louis? É tudo tão injusto. Eu queria ter ido para ela ter ficado.

Seus olhos lindos, agora repletos por lágrimas, me fitam com muita angústia, é muito mais do que posso suportar, vê-lo sentindo tanta dor, é cruel demais. Imediatamente, guiei um dedo para acariciar seus lábios, no entanto, para minha surpresa, Harry agarra meu pulso e beija suavemente a palma de minha mão.

—Eu não sei pelo que precisou passar para ter chego até aqui, é verdade, eu ao menos sei por quantos demônios precisou lutar para não ter desistido, mas uma coisa eu te asseguro... Eu reconheço o tamanho de sua força, Harry, você é, sem sombra de dúvida, a criatura mais doce que eu conheço e se está aqui, é porque ainda tem um grande propósito para cumprir. —Murmurei suavemente contra seu ouvido, apertando gentilmente meus dedos contra sua cintura.

— Você tem tanta fé, meu bem. — Harry me lança um sorriso tristonho em meio às lágrimas, mas tudo que consigo focar é no apelido carinhoso que saiu de forma tão amável de seus lábios. —Agradeço por suas palavras esperançosas, mesmo eu já sabendo o que me aguarda para o futuro.

Ele diz com tanta tranquilidade e certeza, que isso, subitamente, me espanta. Como alguém pode ter tanta certeza do futuro quando só se tem dezoito anos? Escolho reservar minhas dúvidas para mim, por ora, porque é tudo delicado quando se trata de Harry. Algo queima meu coração, queima tão fortemente, que preciso morder a língua para conter-me. Eu quero entendê-lo, eu quero conhecê-lo, eu quero estar em sua vida por completo, mas sei que preciso dar um passo de cada vez.

—Um adolescente que abandona a escola não tem direito a sonhar tão grande, Loui. —Harry deixou escapar, após um breve silêncio. Meus olhos estão transbordando de empatia, mas Harry finge não perceber, ele apenas dá de ombros e se levanta, afastando-se completamente do meu corpo.

Vejo sua dificuldade, mas ele recusa minha ajuda quando tento ampará-lo. Harry recolhe a louça do nosso jantar e as coloca na pia, ele permanece totalmente distante agora. Quero fazer tantas perguntas, quero começar a entender porque ele precisou desistir tão cedo de seus sonhos, quero lhe dizer que ainda há tempo, ele só tem dezoito anos, ele pode recomeçar de onde parou, eu estou mais do que disposto a apoiá-lo. Ele precisa saber, então sem conter-me, caminho decido até o garoto, cujo, o coração, já me roubou completamente. Estendo uma mão para tocar em seu ombro e quando seu olhar captura o meu, não perco um minuto e começo a dizer:

—Estuda comigo, babe! Não importa onde você tenha parado, eu quero fazer isso com você. —Presencio a boca de Harry se abrir e fechar diversas vezes, ele arregalou os olhos antes de começar a negar com veemência. — Podemos estudar na biblioteca se for melhor para você.

—Louis... É muita gentileza, mas eu dispenso. — Com brutalidade, ele me dá as costas. Suspiro, apoiando meu queixo em seu ombro e minhas mãos em sua cintura.

—Você pode ser o que quiser, anjo...  Você é muito mais do que essas paredes que construiu em torno de si. —Faço o possível para manter minha postura firme quando o vejo com a cabeça curvada e seus soluços começarem a sair timidamente.

—Eu não sei o que dizer, eu preciso de um tempo, tudo bem? —Ele murmurou ainda muito hesitante, porém, sinto um alívio quando assisto um sorriso escapar de seus lábios. 

Harry é apenas um garoto, um garoto tão frágil que tenho medo de quebrá-lo com apenas um movimento, mas, ao mesmo tempo, tão forte, que uma pedra de granizo não seria capaz de perfurar sua superfície. Eu estou disposto a ceder o tempo que for necessário para ele pensar, eu estarei aqui quando ele estiver pronto.

Ele é tudo o que eu quero e preciso!

Harry POV

O nome "Neve" foi eu quem batizei. Ela era cachorra muito branquinha e estava extremamente ferida quando a encontrei, meu coração se angustiou por vê-la se agonizando de dor, ela estava contorcendo-se em uma caixa muito pequena para comportar o seu tamanho. O desgraçado que fez isso com ela, a deixou em frente à minha cabana, depois de tê-la espancando-a e deixado passar fome por dia, eu quase enlouqueci de raiva.

Como alguém foi capaz de fazer isso com um ser inocente?

Lembranças ruins me abraçaram naquele momento, lembranças de minha infância vieram tão forte que eu senti uma dor insuportável no peito. Lembrei-me de um dia em específico onde meu pai descontou um ataque de fúria em mim após voltar bêbedo de um bar. Ele me bateu tanto aquele dia e me disse tantas coisas cruéis que eu nunca vou ser capaz de esquecer, eram coisas como: "Minha Anne se foi por causa de você! Eu sempre soube, desde do início, que seria um grande erro! Ah, eu sinto tantas saudades. Não era para ter sido ela! Você me tirou tudo"

E mais agressões vieram depois.

Na época, eu era muito novo para conseguir defender-me, eu ao menos entendia porque ele me odiava tanto, eu só fui entender melhor quando tomei uma certa idade e amadureci. Foi quando eu comecei a evitar ficar em casa, sempre que eu podia estava na casa de Shawn, eu sentia-me sem pai, antes mesmo de não o perder.

Quando fiquei sabendo de sua morte, no fundo, foi um grande alívio. Acredito, que para Neve, ela também deve ter sentido a mesma dádiva quando foi libertada do sofrimento, ela teve um novo recomeço, assim como eu tive, e agora... Ela está esperando seus filhotinhos, ela está feliz e saudável, ela encontrou o seu lar.

Eu também posso dizer que encontrei meu lar, embora eu ainda esteja a procura da minha felicidade.

Meu corpo está em uma distância segura de Louis, eu estabeleci novamente um muro entre nós. Eu não consigo conter-me quando estou tão perto dele, então faço de tudo para mantê-lo afastado.

Eu sei que ele mal tocou na sopa, então me concentro em preparar um cappuccino cremoso enquanto a noite cai lá fora. A chuva parou de vez, mas o frio só se intensificou. Sinto cheiro de nicotina entrando pela abertura da janela, Loui aproveitou a trégua da chuva para sair um pouquinho. Coloco nossas bebidas em duas canecas e, mesmo com dor, me esforço para caminhar até ele, eu o encontro sentado em um banquinho feito de madeira, ele tem espaço o suficiente para abrigar duas pessoas adultas confortavelmente, é tão agradável ficar ali, que eu acostumo passar horas apenas refletindo e apreciando a vista, é realmente um lugar maravilhoso para quem é solitário.

Neve me segue de perto, lancei um sorriso para ela ao vê-la apressando-se para anunciar a Louis nossa aproximação.

—Ei, você deveria estar descansando. — Louis me censura assim que seus olhos me encontram, eu apenas sorrio e lhe estendo a caneca quando me aproximo, ele a pega de bom agrado e me ajuda a se aconchegar ao seu lado. —Harry, você está mancando.

—Sim, e isso é uma merda. —Confesso dando de ombros, aproveito que agora estou com uma mão livre para acender um cigarro.

Apoio meu ombro com o dele, estamos perigosamente perto outra vez e isso é uma lástima para minha saúde mental. Louis tenta concentrar-se em seu cappuccino e no cigarro, mas eu noto seus olhos desviando com frequência para me analisarem e, todas as vezes que nossos olhares se cruzam, eu estou sem fôlego.

Subitamente, a recordação de sua proposta me preenche novamente, sim, Louis foi muito gentil em oferecer-se a me dar aulas, eu confesso que amaria ter aulas particulares com um professor tão lindo e gostoso como ele, mas, essa aproximação me causaria problemas.

Está óbvio o nosso desejo súbito, está escancarado em nossos olhares a nossa forte atração, não tem como negar o quanto eu quero beijá-lo e ser beijado de volta, então a partir do momento que eu estiver de acordo com as aulas de Louis, eu estarei de acordo com a nossa possível " aproximação" e isso me paralisa.

Acendo mais um cigarro, só para fugir de meus próprios pensamentos, Louis parece fazer o mesmo, ambos não ousamos dizer nada, estamos perdidos, tentando nos encontrar no meio de toda essa confusão. Eu nunca me permiti sonhar, é verdade. Eu nunca me questionei o que eu queria ser quando crescesse.

Shawn sempre soube que se tornaria um grande engenheiro, ele sempre amou construir. E eu? Eu sempre amei o quê? Eu nunca parei para pensar no que realmente desejo fazer.
Eu sempre fui tão ocupado com a minha solidão que por um momento acreditei que não era digno de sonhos, contudo, agora, percebo que, se eu não der um passo por mim, eu nunca vou saber como seria sair do lugar.

—Louis?— Dou o último gole no cappuccino antes de deixar a caneca de lado, aproveitando para apagar meu cigarro no restinho do líquido que sobrou.

—Sim! —Ele já estava completamente voltado para mim, com as duas pernas dobradas em minha direção.

—Como você soube qual carreira seguir? —Vê-lo sorrir tão abertamente, com certeza, me fez sorrir também. Ele se aproximou mais um pouquinho, só para segurar meus dedos e me olhar profundamente nos olhos.

— As letras me escolheram, babe, assim como acontece quando algo que você ama consegue encontrar um caminho até você.

Seus olhos, sob a claridade tão natural da lua, refletia toda a sua paixão por sua tão amada profissão. Naquele momento, eu desejei, com todo o meu coração, sentir a mesma sensação e ter o privilégio de ser escolhido.

—Louis? —Eu o chamei decidido, levei meus dedos, mesmo trêmulos até a lateral de seu rosto e lhe fiz um carinho sutil ali.

—Sim, babe.

—Seja meu professor, por favor, eu quero ser escolhido também.

~~~***~~~

N/a:

Oiiiee, tudo bem anjinhos?

Primeiro, obrigada pelos comentários e pelos votos :D Estou sem palavras, é muito surreal acompanhar o crescimento da fic, é muto gratificante saber que não estou sozinha , aqui é onde eu consigo ser eu mesma, sem reservas, é onde eu consigo desabafar e libertar todos meus pesos, existe um valor imenso. Obrigada, mesmo <3

Espero que tenham gostado deste cap, foi feito com muito amor e carinho. ❤️💚💙

ps:Esse final acabou comigo, confesso. :') rsr'
bjos meus anjos, vejo vocês no próximo, boa semana, se cuidem e não se esqueçam de deixar a opinião de vocês que é sempre muito primordial para mim <3

CAPITULO CINCO

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 É uma sensação arrebatadora estar tão íntimo de alguém pela primeira vez. Por alguns momentos, questiono-me porque me parece tão certo estar nos braços de Louis, como é que chegamos até aqui? A possibilidade de estar me colocando numa posição de fragilidade me deixa completamente apavorado.

Estou em constante guerra entre minha razão e minha emoção... Eu sei que nesse momento estou deixando a emoção vencer, pois eu jamais permitiria tamanha vulnerabilidade se eu estivesse perseverando com a razão.

Eu odeio o fato de como meus pensamentos se embaralham quando estou com Louis, eu me sinto inteiramente exposto e indefeso, quando foi que eu permiti que alguém pudesse me afetar tanto assim? Quando foi que eu baixei a guarda?

A resposta me parece tão simples quando aprecio seus dedos fazendo um carinho singelo no meu tornozelo, ainda me admira o modo como ele me pegou e trouxe-me em seu colo até minha cabana sem dizer uma palavra, mesmo cheio de perguntas, ele não me questionou de forma nenhuma.

Quando entramos, ele deixou um suspiro muito parecido com um de alívio escapar por entre seus lábios, também pude reparar que a sua expressão se suavizou conforme seus olhos azuis avaliava com curiosidade o ambiente, até os seus ombros relaxaram quando entramos completamente na cabana e ele me sentou cuidadosamente na primeira cadeira que encontrou.

Ninguém se atrevia a falar, o silêncio confortável falava por si só. Meus olhos se arregalam quando Louis se reclina o suficiente para afastar alguns fios de cabelo de minha testa.

—Você precisa tirar essa roupa molhada, tudo bem? —Seus olhos estão tão claros que por um momento esqueci-me completamente como se respira. —Você pode ficar doente se continuar assim, H.

O jeito como me chamou saiu tão naturalmente que o sinto corar vigorosamente.

—Fica. —Seguro seu pulso quando ele faz menção de se afastar, Louis volta seu olhar totalmente surpreso para mim, então junto toda a minha coragem para pedir: — Ajuda-me chegar ao banheiro?

—Claro, onde fica? —Aponto na direção da escada, seus olhos me seguem e logo ele localiza o cômodo, planejado perfeitamente para aquele espaço, debaixo da linda estrutura de madeira que Shawn planejou para ser a escada de acesso à cama.

—Você também está todo molhado, Louis... —Constatei contorcendo-me de dor quando ele começa a me guiar para o banheiro, mesmo ele usando todo o seu carinho, eu sinto uma dor do cão, realmente essa torção vai me render uma boa luxação e um belo incômodo.

—É impressão minha ou você está preocupado comigo? — Seu sorriso de convicção é todo meu, reviro os olhos e me apoio no batente da porta afastando-me de seu corpo.

—Me preocupo com a madeira que você está encharcando, isso sim. —Seus olhos seguem o meu e ambos encaramos o laminado que está encharcando.

—Então é melhor eu me livrar dessas roupas. —Oh, céus, o que foi que eu falei? —Eu não quero contrariar a vossa majestade. —Tem sarcasmo e diversão em sua voz.

Preciso me segurar com mais afinco na madeira, apoiando meu peso totalmente no meu calcanhar bom e, mesmo assim, tenho medo de desabar quando Louis se livrar de sua camiseta sem cerimônia. Observo seu peito nu, as gotículas de água descendo suavemente pelo seu torso, a ponta de seus mamilos tortuosamente rígidos por conta do frio, maldição, eu quero tanto desviar os olhos, mas é completamente impossível quando eu começo a devorar cada tatuagem que ele tem exposta, caramba, se eu tiver uma ereção diante desse homem como vou fazer para esconder?

Quando, finalmente, consegui sair um pouco de seu feitiço, vejo seu semblante totalmente descontraído, esse maldito está claramente se divertindo às minhas custas... Estou prestes a protestar quando, sem aviso, ele desabotoa o zíper e desliza o jeans por suas coxas fartas, eu perco meramente o fôlego quando deparo-me com sua deliciosa ereção. Sem se abalar com a minha vigorosa avaliação, ele se inclina para se livrar de seu tênis e meias, quando volta a ficar ereto, seus olhos azuis me queimam.

—Agora está melhor para você? —Sua expressão de deboche inunda-me e uma raiva súbita me domina, quem ele pensa que é?

—Você é desagradável e desnecessário! —Vocifero, lutando com todas as minhas forças para não cair na tentação de admirar sua ereção.

—Eu estou apenas sendo prático, agora não tem nada além de você mesmo molhando sua preciosa madeira.

—Se fode, Louis! —Lancei o dedo em sua direção com todo o meu ódio, viro-me e entro no banheiro antes que ele possa dizer qualquer coisa, ou antes de eu não conseguir resistir e devorá-lo ali mesmo.

Agora eu preciso pensar no que fazer com essa puta ereção, inferno. Primeiro, eu me livro de minha camisa de botões, odeio ter de confessar que meu mamilo está tão rígido quanto o de Louis, mas eu sei que não se trata de estar com frio.

Fico analisando-me no reflexo do espelho e percebo como estou corado, até meus mamilos estão mais rosados, caramba. Balançando a cabeça para dispensar qualquer pensamento impuro, começo a me livrar da minha calça, porém, no instante em que deposito meu peso para a outra perna, solto um gemido de dor.

Preciso sentar na patente para conseguir me livrar da calça, mas o que me assustou foi quando eu me inclinei para tirar minhas botas e tive a visão completa do prejuízo total do tombo. Meu tornozelo esquerdo está totalmente arroxeado e um tanto inchado, parece o formato de um pãozinho.

—Merda... —Resmunguei deixando de canto as botas e meias. Peguei algo para domar meus cachos enquanto pensava em uma solução de movimentar-me sem causar ainda mais dando.

Juntando toda a minha força, me apoio na parede e consigo ligar o chuveiro, ao menos debaixo da água eu vou conseguir ficar. Levo sorte por ser tudo muito pequeno, então consigo alcançar o sabonete, comecei a ensaboar meu corpo sem problemas, e termino lavando meus cachos. Como almejei ficar mais dez minutos debaixo dessa água, mas meu machucado jamais me permitiria, eu já sentia minha pulsação gritando por misericórdia.

A parte mais difícil foi caminhar até a toalha, por um momento meu pé bom vacilou e se não fosse pela pia eu tinha escorregado e dado de cara com o chão. Eu segurei com tanta força a pia que meus cremes caíram, causando um forte barulho.

—Ei, está tudo bem? —Louis pergunta sem disfarçar seu apavoro.

—Eu me desequilibrei. —Retruquei recompondo-me e finalmente alcançando a toalha para enrolar na minha cintura. —Louis?

—Estou aqui, babe! —Agora há hesitação em sua voz, ele está claramente agoniado para abrir a porta e ver com os próprios olhos como eu estou, mas está evidentemente se controlando.

—Eu preciso de você...—Digo tão baixo que tenho certeza que ele não conseguiu me ouvir.

—Você está coberto? Eu posso entrar?

—Sim, pode entrar. —Respondi, já sentindo meu coração saltando pela boca.

Louis abriu a porta timidamente colocando apenas a cabeça para dentro, não consigo conter um sorriso terno ao constatar que ele está terrivelmente envergonhado.

—Eu preciso de ajuda para subir as escadas, minhas roupas ficam no armário embutido do lado do colchão. —Agora é eu que estou olhando-o com divertimento, porque está óbvio o modo descarado que ele está devorando-me. —Está tudo bem, Louis?

—Sim, hum, claro, eu aju-do. — Mordo os lábios para conter o riso, mas logo me dou conta de que estou mordendo os lábios por outro motivo.

Louis agora está completamente diante de mim, de cueca box branca, sua transparência não está me ajudando, muito menos sua semi-ereção. Eu entro em contenda, não sei para onde olhar, a vista é deslumbrante demais para desviar.

—Vem, agarra-se aqui. —Louis envolve-me gentilmente pela cintura, seus braços me rodeiam com cautela enquanto ele começa a guiar-me para fora. —Eu confesso que estou começando a gostar disto.

Ouço sua confissão e a vejo acompanhada de um lindo sorriso malicioso, no entanto, eu não tenho tempo de retrucar, porque no minuto seguinte estou sentindo meu corpo sendo impulsionando para cima, o que me espanta é que as minhas pernas procuram, automaticamente, sua cintura para entrelaça-las, como se esse simples gesto fosse algo corriqueiro na nossa rotina.

Céus, o que eu estou fazendo?

—Você está congelando. —Afirmo com pesar, passando suavemente as mãos pelo seu ombro, Louis, por outro lado, não responde, ele está concentrado em subir os degraus da escada. —Você também deveria tomar um banho.

Trilho uma linha imaginária por sua pele tão dourada e leitosa, como ele é cheiroso. Meu corpo parece sentir falta do seu quando, delicadamente, ele começa a deitar-me no colchão, sinto vontade de puxá-lo para mim, mas apenas me contento em admirá-lo.

—Obrigado. —Agradeço baixinho e me inclino para tocar o seu tornozelo, ele me dá um lindo sorriso antes de começar a caminhar na direção da escada— Louis?

—Estou aqui, H. —Seus olhos me encontram serenamente e, por alguns momentos, só conseguimos ouvir o barulho da chuva caindo na calha.

— Eu acho que as minhas roupas ficaram incríveis em você.

Louis pareceu não acreditar. Naquele momento eu desejei com todo o meu coração ter uma recordação de sua reação genuína de surpresa, com uma mistura tão gostosa de felicidade e hesitação.

—Tem uma toalha limpa embaixo do balcão da pia. — Continuei a dizer, mas Louis parecia não me escutar.

—Eu não vou a lugar nenhum sem antes cuidar de você. —Louis assegura enquanto ajoelha-se para ficar ao meu alcance— Vista-se enquanto eu procuro algo para tratar o machucado. —Ele diz suavemente passando seus dedos carinhosamente pelo meu tornozelo.

Agora chegamos no começo, e eu posso concluir que Louis tem a incrível habilidade de simplificar minhas perguntas. Antes, no caminho até aqui, eu estava me perguntando porque eu abaixei tanto a guarda... Agora me parece óbvio demais. É inevitável não sentir minhas correntes rompendo quando eu tenho o seu sorriso só para mim.

—Quem vai ficar pegar um resfriado agora é você. —Sussurro sem conseguir desviar nossos olhares.

—Shh... Eu já volto. —Ele silencia-me da forma mais covarde possível: dando-me um longo beijo na testa.

Tudo que eu posso fazer é assisti-lo descendo aquelas malditas escadas rebolando, graciosamente, a sua tentadora bunda. Quando me certifico de que ele está longe o suficiente, sinto-me obrigado a massagear a minha própria ereção.

Caralho, preciso de um cigarro urgentemente.

LOUIS POV

Eu tenho convicção de que o alívio que eu senti quando entrei nesta cabana jamais sairá de minha memória. Durante todos esses dias eu estava tendo pesadelos só de cogitar a hipótese de Harry dormindo em uma barraca. Ainda é difícil assimilar porque ele mora em uma cabana dentro da faculdade, mas não posso negar de sentir alívio por constatar que ela é bonita e aconchegante.

Minha mente estava pregando-me as piores peças só de supor vê-lo passando frio e necessidades.

Eu tenho milhares de dúvidas pairando pelos meus pensamentos, mas eu sei que preciso me acalmar, mesmo eu querendo muito avançar, eu preciso lembrar-me que não posso pressioná-lo.

É notório que Harry criou uma fortaleza em volta de seu coração e quem poderia julgá-lo? Apenas nós mesmo sabemos o peso do nosso próprio farto, e, quem além dele mesmo, pode calcular o peso de sua cruz?

Quem é quem para medir e julgar a dor do próximo?

A cabana de Harry é simples olhando de fora, mas aqui no interior é tão linda e arrumada que fico cada vez mais impressionado

A cabana de Harry é simples olhando de fora, mas aqui no interior é tão linda e arrumada que fico cada vez mais impressionado. Não tem nada de muito exuberante, mas é a riqueza e o capricho de como Harry pensou em cada detalhe que a deixa tão deslumbrante.

Ele gosta muito de plantas, eu percebi isso no momento que pisei aqui. Fico abobado admirando os arranjos espalhados pela cabana, a maior parte se concentra na região da cozinha. Eu estava mesmo certo quando observei que Harry era detalhista, tudo é muito bem harmonizado de acordo com cada detalhe, e as cores, ah, as cores, não poderiam ser de tons mais vivos.

À medida que alcanço o frigobar, sinto os olhos verdes queimando minhas costas, eu sei que ele está me observando descaradamente lá de cima, sorrio ao sentir o cheiro do cigarro recém acesso.

—Se estiver à procura de gelo, nem perca tempo. -Ele murmurou alto o suficiente para eu conseguir ouvi-lo.

—Para quê gelo se temos ervilhas congeladas? — Ergui a embalagem como se fosse um grande troféu.

—Você é impossível! —Nossos olhares ainda continuam conectados conforme eu vou me aproximando.

Eu subo as escadas mais rápido do que gostaria, e Harry percebe meu pequeno desespero. Tento ignorar seu sorriso presunçoso quando o encontro apenas vestido com uma calça de moletom, como ele consegue ficar ainda mais tentador? O moletom deixa a barrinha de sua cueca boxer à mostra, seu peitoral nu, seus ombros desenhados perfeitamente, e o seu pescoço tão exposto e convidativo. Mesmo só tendo dezoito anos, o corpo de Harry é másculo e definido, isso só mostra que ele teve de começar a trabalhar muito cedo.

—Eu separei uma roupa para você vestir... —Ele quebrou o silêncio remexendo-se suavemente no colchão. Tirei meus olhos da embalagem congelada que pressionava em seu tornozelo para poder olhá-lo nos olhos.

Estou sentado em sua frente, sua perna com o pé machucado estava esticada sobre meu colo, estou fazendo o melhor que posso com essas ervilhas para ele não ficar com um hematoma tão agressivo depois.

—É muita gentileza. — Por vários minutos só se ouvia o barulho da chuva, entretanto, se ele estiver prestando bastante atenção, certamente, conseguiria ouvir as batidas de meu coração.

—Você está arrepiado. —Harry inclina o corpo só o suficiente para suas mãos tocarem meu braço, logo depois o vejo apagando o cigarro no cinzeiro. —Eu posso cuidar disso agora, deixe-me continuar enquanto você se aquece.

—Harry, eu não sei...

—Eu estou ordenando. —Então seu olhar fica sombrio de repente, e meu coração tolo se derrete por inteiro— Pegue e suma da minha frente agora mesmo.

Não tenho tempo de dizer nada quando Harry me entrega abruptamente a muda de roupa. Balanço a cabeça ainda mais apaixonado ao caminhar até o banheiro. Eu sei que já perdi totalmente o controle sobre meus sentimentos, eu já estou completamente dentro do território inimigo.

Quando saio do chuveiro, estou vestido completamente por um moletom azul clarinho, fico admirado em como ele ficou mais justo e mais curto em mim, não que isso tenha sido um problema, só o fato de estar agasalhado com as roupas e com o cheiro de Harry, já é mais que incrível para mim.

O que me fez perder o fôlego foi ter encontrado-o de frente para o fogão se apoiando, desleixadamente, numa perna só. Mesmo com todo o inchaço da torsão, Harry parece lidar bem com o incômodo, ou ele é bom demais em disfarçar .

Parecendo sentir minha presença, seu rosto se vira para encontrar-me, quando seu olhar cai sobre mim, sinto-me sendo avaliado de cima a baixo.

—É, até que ficou bom. —É tudo que ele murmura antes de voltar a olhar o fogão.

Consigo perceber como ele está lutando contra um sorriso que insiste em sair de seus lábios. Talvez, Harry, não seja tão durão quanto parece, ele só se faz.

Ainda achando graça, apoiei a lateral do corpo na quina da madeira para acender um cigarro.

— Quantos anos você tinha quando começou a fumar? —A pergunta, vinda repentinamente de Harry, pegou-me completamente de surpresa, mas vendo uma chance de uma possível abertura, sinto um formigamento de ansiedade.

—Aos quinze, mais ou menos. — Dei de ombros colocando o isqueiro e o maço em cima da mesa planejada. —E você?

Silêncio. Harry pareceu distante de repente, me amaldiçoei mentalmente por ter sido tão direto, talvez Harry só tenha perguntado para puxar assunto. Estou pronto para quebrar o silêncio quando ele deixa escapar melancólico:

—Eu era apenas uma criança de oito anos quando provei pela primeira vez. —Agradeço por ele estar de costas, nunca me perdoaria se ele visse minha expressão de choque agora. —Meu pai fumava, então não foi muito difícil ter acesso.

—Eu sinto muito, H. —Sinto pesar e muita dor em sua voz ao falar do pai, isso me deixa em alerta imediatamente. Mordo a língua para controlar a minha vontade de fazer mais perguntas, me concentro em apenas respirar fundo e concluir :—Nenhuma criança deveria experimentar algo tão prejudicial tão cedo.

—Acredite, o cigarro era o menor dos problemas— Ele se virou para soltar um riso triste e pude ver em suas mãos dois pratos que ele depositou na mesa. De volta no fogão, ele agarrou a panela com o auxílio da alça, mas gemeu quando pisou com o tornozelo ferido.

—Deixe que eu pego, por favor. — Rapidamente apaguei o cigarro na pia e tomei de suas mãos a panela. —O cheiro está ótimo, babe, o que é?

—Espero que você não se importe, é um ensopado de carne. —Ele diz levemente corado, dou a ele o meu sorriso mais verdadeiro.

—Está maravilhoso, H. —Seu sorriso de alívio é todo meu agora. Após deixar a panela na mesa, o ajudei a acomodar-se na cadeira. —Se você não melhorar até amanhã, vai precisar ir ao médico, ok? —Acaricio seus cachos tão afáveis... Não resistindo, inclinei-me depositando um beijo carinhoso em seus cabelos.

Fiquei feliz de Harry não ter demonstrado nenhuma relutância, tanto pelas minhas palavras, quanto pelo meu gesto de afeto, isso aquece meu coração.

Quando me acomodo à sua frente sou servido com uma generosa porção do ensopado, a fumaça, misturada com o cheiro delicioso, me faz soltar um suspiro de satisfação.

—Nossa, eu não sabia que estava tão faminto. —Harry exclama entre uma colherada e outra, acho graça quando ele me pega admirando-o, eu quero apenas admirá-lo em todas as oportunidades que eu tiver. —Você não está com fome?

—Com muita. —Confesso, antes de Harry retrucar, acrescento: — Só é meio difícil de me concentrar quando seu corpo está tão próximo ao meu e ainda mais... —Perco meu olhar pelo seu tórax. Harry solta uma gargalhada antes de jogar um guardanapo na minha direção.

—Tenho mais um adjetivo para acrescentar à sua lista, Loui, além de engraçadinho, insistente, você é um tremendo descarado! —Seu olhar está terrivelmente cravado no meu, se ele continuar me olhando assim tenho medo de não resistir. Mordo os lábios involuntariamente quando, sem perceber, desvio meu olhar apenas para apreciar seus lábios avermelhados. —Não seja tão ousado... —Sua voz saiu tão baixa que parecia mais uma súplica do que uma alerta.

Quando ele molha os lábios com a ponta da língua e seus olhos recaem sobre meus lábios, é tudo que eu precisava para levantar-me e agarrar com desejo seu rosto. Perco o fôlego quando nossas respirações se confundem e nosso desejo arde de nossos olhos.

—Beije-me, Louis! —Ele praticamente implora, não o faço esperar mais e logo rompo a curta distância entre nossos lábios, o sinto amolecer quando nossas línguas se encontram.

Eu posso jurar que, pela primeira vez na minha vida, eu consigo sentir que há propósito e esperança na minha vida.

~~~~~~><~~~~~~

N/a:

Oiiee anjinhos:) tudo bem?

Caramba, será que esse beijo continua no próximo cap? Eu confesso que estava ansiosa por esse momento, mds kk  ATÉ QUE ENFIM SE

BEIJARAM, POHAAA. Estou surtando? Só um pouquinho rsr e vocês o que acharam? Por favor, não digam que estou surtando sozinha  ^0^ kkkkk Muito obrigada pelo votos e pelos comentários nos capítulos anteriores, nem tenho palavras para agradecer <3 E se você também gostou deste não deixe de votar e me dizer nos comentários? Vai estar transformar o dia de alguém <3